Resenha: O Ar Que Ele Respira

Nome: O Ar Que Ele Respira
Autor: Brittainy C. Cherry
Gênero: Romance
Editora: Record
Número de Páginas: 306

Eu lembro do reboliço que foi quando lançaram esse livro. Muita gente amando e eu comprei pra ver se ele era isso tudo mesmo. Demorei, mas li.  Sei que na página 33 eu já estava com os olhos marejados por conta da leitura. O Ar que ele respira conta à história de duas pessoas que, a principio, não tem nada em comum além da dor.

Elizabeth perdeu o marido e depois de ter passado um ano morando com a mãe decide que está na hora de ela e sua filha, Emma, recomeçarem sua vida. Voltando para casa em Meadowns Creek, Elizabeth nota que a vida por lá seguiu normal, tudo parece igual, menos ela. E seu novo vizinho. O cara mais odiado da cidade, grosseiro, vive sozinho, sempre triste e agressivo. Ao menos é o que todos dizem.


Enquanto Liz ainda tem o apoio de Emma e compartilham alguns dos momentos mais fofos do livro, Tristan (o vizinho gato/grosseiro) se sente totalmente sozinho e sem chão. Os dois estão vazios e começam um romance de um jeito meio inusitado esperando que no fim nenhum deles saia pior do que já está.

A história foge do romance adolescente e da ficção e te trás para confusão humana num dos momentos mais delicados da vida: seguir em frente quando quem você ama morre. Quem é você depois que perde uma parte tão importante assim? Como se manter inteiro e viver normalmente depois de sofrer uma perda tão grande assim? É possível? Sim. Fácil? Não. E se você acrescentar um romance – que vai vir junto com as opiniões dos outros sobre a sua vida - no meio desse furacão de emoções fica ainda mais difícil. 


“Todos na cidade esperam que eu seja a mesma pessoa que eu era antes de Steven morrer. Mas eu não sei mais ser aquela pessoa. A morte muda as coisas.” – pág 90

A autora tem uma escrita impecável nesse ponto. Eu nunca passei pelo mesmo que eles e ainda assim consegui me afundar naquela confusão de sentimentos, no conflito entre o que você quer agora e as memórias dos entes que foram. É simplesmente impossível não sentir tudo o que eles sentiam no decorrer da leitura. Confesso que estou encantada. E ela ainda deu todo um destaque para os personagens secundários, eles também tem vida e personalidade (oi Faye, vamos ser amigas para sempre please) ao invés de só viver em função dos principais.

“A magia está nos pequenos momentos. Nos pequenos gestos, nos sorrisos gentis e nas risadas silenciosas. A magia é viver todos os dias e se permitir respirar e ser feliz. Meu querido, a magia é amar.” – pág 248

Se não fosse pelo detalhe do final em que o melhor “amigo” mostra as garras e solta varias bombas esse livro teria entrado pros meus favoritos. Achei esse detalhe desnecessário, tirou a carga real de alguns detalhes da história.
Mas ainda assim, recomendo muito esse livro. Os momentos avassaladores de culpa e amor e vida. E o Zeus e a Emma e O Tristan. Não tem como não se apaixonar. A leitura vale muito a pena.


“Você não precisa estar bem o tempo todo. É normal sentir a dor de vez em quando. É normal se sentir perdida, como se estivesse andando no escuro. São os dias ruins que tornam os bons ainda melhores” – pág 172.

O que acharam da resenha? E, quem já leu, o que achou do livro?

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