Nome: Passarinho
Autor: Crystal Chan
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 222
Autor: Crystal Chan
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 222
Eu comprei “Passarinho” por causa da resenha que
li no blog do Dav e depois de comprado ele ainda rolou um bom tempo na estante.
Estou completamente arrependida de não ter lido antes.
O livro conta a história de Joia, uma menina de 12
anos que sonha em ser geóloga, e sua família supersticiosa e em luto. No dia em
que Joia nasceu, seu irmão John - ou melhor, Passarinho - pulou de um penhasco
e morreu. Depois daquele dia ninguém mais foi o mesmo. Seu avô não fala – ele
se sente culpado por ter apelidado o neto de Passarinho e ter atraído um duppy
que o fez pular. Os pais se suportam só o suficiente e ainda culpam o avô pela
morte de seu irmão. Joia tem certeza de que nunca será tão amada quanto passarinho
foi.
"Por que tentar fazer alguém compreender certas coisas pode levar mais que uma vida, enquanto outras pessoas leva apenas poucos instantes?" - pág 87
Até que na noite do seu 12° aniversário, ela
conhece um menino misterioso em cima da arvore em que costuma subir. Seu nome
também é John e ai as coisas começam a mudar. Seu avô acha que ele é um duppy,
mas Joia sabe que não é nada disso. E que talvez John traga consigo muito mais
do que a chance de uma amizade sincera.
Não. Nada de romance aqui. O livro fala sobre
família, amizade, crença, esperança. A luta diária de uma família que é
sobrecarregada com as coisas não ditas e ainda mostra como as pessoas podem
estar tão perto uma das outras e ainda tão distantes. Mas nem com essa carga
emocional a leitura se torna maçante, pelo contrario, é leve, fluída e super
envolvente. E você realmente se sente na mente de uma criança que não entende o
porquê disso ter acontecido com a sua família.
"Quando algo que você ama é tomado de você, as palavras são inúteis. De que adiantam as palavras se elas são vazias, impotentes ou falsas? Por que não ficar em silêncio até o último minuto da eternidade?" - pág 160
É incrível como a autora realmente mostra que a
dor, o rancor e a raiva podem estragar a dinâmica e relação de uma família. Mas
foi ótimo ver que o amor foi capaz de reuni-los de novo, mesmo depois de tanto
tempo. Outro destaque é a amizade de John e Joia – dessas verdadeiras, não
importa o que. Eles enfrentam um punhado de problemas junto e se ajudam a
crescer, a entender, tolerar e (quem sabe) resolver um pouco dos problemas em
casa. Os dois estavam sozinhos até o dia em que se conheceram.
É difícil falar desse livro porque realmente me
emocionou. Tudo que a Joia sofre – ser tratada como um fardo, não conhecer
felicidade e quase não ter momentos alegres – porque o luto se estendeu e as
questões mal resolvidas foram se acumulando. Eu realmente entendo a dor de
perder alguém importante, mas a vida continua e Joia realmente não tinha culpa.
"Isso me fez pensar em como estamos todos conectados, como tocamos uns aos outros sem nem perceber. E que, quando temos sorte, percebemos." - pág 218.
Acho que foi nesse detalhe que a Crystal Chan mais
falou comigo. Que o luto e a dor e todos esses sentimentos negativos não podem
te cegar para beleza que a vida ainda tem.
Se depois dessa resenha gigante não deu pra notar,
eu te explico: eu AMEI esse livro. E tenho certeza de que você também vai se
arrepender de ainda não ter lido essa história.
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